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domingo, 13 de novembro de 2011

A prontidão na Sociologia: ou de como sair da cadeira e cair na ciência

José de Souza Martins

Dia 17 de novembro, quinta-feira, às 17:30

Prédio de Filosofia e Ciências Sociais - Cidade Universitária (São Paulo) - na sala 118.


Um dos momentos interessantes de Tristes Trópicos é aquele em que Claude Lévi-Strauss, no trabalho de campo, no Mato Grosso, após a experiência como professor de Sociologia na Universidade de São Paulo, em conversa com um índio Nambiquara, deu-se conta de que estava ouvindo um discurso revelador, o das primeiras evidências do seu estruturalismo. Décadas antes, na Inglaterra, um alemão que era estudioso de Filosofia e também empresário industrial, chamado Friedrich Engels, tornou-se amante de uma irlandesa, operária analfabeta de sua fábrica, Mary Burns. Ela tomou-o pelas mãos e o conduziu pelos meandros de miseráveis bairros operários de Manchester, nos quais ele nunca conseguiria entrar, e mostrou-lhe o que era o proletariado de carne e osso. O operário bem diverso do operariado teórico e filosófico de suas interpretações especulativas, logicamente ricas e empiricamente pobres. Por meio das cartas de Engels a Marx, Mary Burns tornou-se a oculta interlocutora que deu substância vivencial ao que era mero esqueleto e pressuposição. Mais perto de nós, o filósofo Henri Lefebvre intuiu a sociologia de que carecia a sua já consistente interpretação da realidade, de quando atuou na Resistência francesa. E completou sua formação sociológica como motorista de táxi nas ruas de Paris, experiência vital que lhe confirmou a lógica triádica do método dialético ao descobrir as contradições e tensões entre o espaço concebido, o espaço vivido e o espaço percebido.

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